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Lendas e Tradições

TRADIÇOES


Desde sempre a população desta região dedicou-se à criação de gado. No passado, mais concretamente, a partir da centúria de seiscentos, os criadores, quando verificavam que os seus animais se encontravam doentes, invocavam a proteção de São Tomé e, como forma de pagamento das promessas feitas, levavam, em romaria, o seu gado à Igreja de Ferreira-a-Nova. Desde então, os milagres de São Tomé ultrapassaram fronteiras pelo que, ainda hoje, são muitos os lavradores que, na noite de 24 para 25 de Julho, levam as suas reses e carros enfeitados com adornos e as melhores colchas, ao referido Templo Paroquial, para assim expressarem a sua gratidão ao santo devoto.

Acompanham estas Festas, as já tradicionais Cavalgadas e Burricadas, durante as quais, os animais enfeitados, os seus atrelados e os cavaleiros (de cuja indumentária folclórica se destaca o barrete), dão a volta ao adro da Igreja, ao longo de duas horas. Alguns dos participantes, tão envolvidos nestas manifestações de fé, referem que, durante os festejos sentem algo de estranho mas aconchegante na alma.


Mantendo as tradições ancestrais da região, a população de Tromelgo realiza, durante a primeira semana do Ano, a Festa dos Reis, com uma procissão dedicada a Nossa Senhora de Fátima. No dia principal dos festejos, a população entra em competição para se saber quem apresenta a melhor e mais requintada Fogaça, um cesto de verga recheado com as melhores iguarias gandaresas.

Alguns dos habitantes também a denominam de "Festa da chouriça” porque, todos os anos, costumam oferecer uma garrafa de vinho e uma chouriça caseira para o leilão, cujos dividendos revertem em favor da comissão encarregue de organizar a festa do ano seguinte.

TRAJES


De acordo com documentos antigos, a Junta de Freguesia deu início à recolha de trajes característicos desta região. De entre a indumentária recolhida, figuram trajes de lavrador, de camponesa e de domingueiro.

Os trajes que se vestiam ao domingo, para ir à missa, e no dia de Festa de São Tomé eram, normalmente, de melhor qualidade que os usados durante os dias da semana.

Assim, a mulher casada vestia saia plissada comprida e preta; blusa branca; xaile de merino preto; véu rendado, branco, pela cabeça; e chinelos. A rapariga solteira, por outro lado, trajava saia plissada em tons escuros ou mesclado, mas nunca preta; blusa branca; xaile de merino preto; véu rendado, branco, pela cabeça; e chinelos. Os homens, por seu turno, usavam fato preto, camisa de punhos branca, chapéu e sapatos (nas Festas de São Tomé colocavam sempre um manjerico no chapéu).


Dados os fracos recursos e a vida rural que se vivia ainda nas primeiras décadas do seculo passado, os objectos e as peças de vestuário que pertenciam a cada família eram cuidadosamente manufacturados por mãos hábeis, actividades que, por vezes, se transformavam em verdadeiras artes.


Hoje os tempos são outros e outras são as nossas necessidades. As peças de então, actualmente, parte integrante do que se denomina por Artesanato, escasseiam e poucos são os artesãos que se dedicam a esses ofícios. Porque se trata de um espólio importante e digno de ser preservado, em Ferreira-a-Nova prevalecem algumas artes antigas como as de cesteiro e de vassoureiro.

LENDA DO FURA-MATOS


O povoamento desta localidade talvez tenha sido iniciado a partir da construção de uma capela, que está directamente ligada a uma lenda. O sucedido ter-se-á passado, na origem de Santana (ano de 1646), “quando ainda toda a região era um manto de verde mato".

A lenda conta que um homem que por lá passava regularmente com destino a lugares da Gândara e que tinha a alcunha de “Fura-Matos” viu-se subitamente ameaçado e cercado por lobos. Sentindo-se desesperado, rezou com toda a fé a Santa Ana, para que o salvasse, prometendo, se escapasse ileso, erguer, no local, uma capela em sua honra. O “Fura-Matos” sobreviveu e cumpriu a promessa.

A capela depois de edificada atraiu ao local os frades da Irmandade dos Crúzios, pertencentes à Santa Cruz de Coimbra, que nesse tempo habitavam no lugar de Quinta de Fôja e que construíram então uma casa onde se instalaram, a qual ainda é conhecida por “Escola Velha”.

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